OROINÁ: A ORIXÁ CÓSMICA DA JUSTIÇA E DO FOGO

Oroiná, nossa amada mãe cósmica, rege o mistério do fogo e atua como aplicadora da Justiça Divina, purificando os excessos emocionais dos seres desequilibrados, desvirtuados e viciados. Assim como as divindades hindus Agni e Kali representam os dois pólos do fogo - Agni como o fogo positivo da fé e Kali como o fogo negativo das paixões humanas - Oroiná e Xangô personificam estes aspectos na Umbanda.

Oroiná, regente cósmica do Fogo, atua na linha pura do fogo elemental, cujas energias incandescentes tanto consomem os vícios quanto estimulam o sentimento de justiça. É vital entender que, enquanto as essências divinas são neutras, ao se condensarem e darem origem aos elementos, elas se polarizam e assumem naturezas distintas.

Oroiná, como Orixá feminina do fogo, polariza com Ogum, o Orixá masculino do ar, criando um dinamismo essencial para a propagação ordenada de suas energias. Esta polarização é crucial para que suas irradiações atinjam seus objetivos específicos. Se Oroiná se polarizasse com Iansã, por exemplo, não haveria a propagação adequada de suas energias, pois ambas possuem magnetismos femininos.

O fogo, elemento de Oroiná, é fundamental na linha da Justiça, fazendo dela uma divindade ativa na aplicação da Justiça Divina na vida dos seres. Como o ar é seu segundo elemento, que a alimenta e energiza e é o elemento da linha da Lei, Oroiná se torna uma divindade essencial na aplicação da justiça como agente ativa da Lei.

Sua função vai além da punição; ela atua na transformação dos vícios emocionais e dos desequilíbrios mentais, conduzindo os seres a um caminho mais equilibrado e justo. A atuação de Oroiná é um lembrete de que as divindades têm uma função essencial na nossa evolução e no nosso bem-estar. Mesmo quando nos paralisam, estão nos protegendo de um caminho potencialmente prejudicial.

Oroiná, como executora da Justiça Divina nos campos da Lei, trabalha em conjunto com Ogum, que rege o pólo positivo da linha pura da Lei. Esta interação destaca a inseparabilidade da Lei e da Justiça na Umbanda e a importância de compreender as divindades a partir de uma perspectiva mais ampla e espiritual.